Caminho de Cabras

Plena Serra de Estrela... não se vê vivalma...metemos por um 'atalho' para o Sabugueiro.

Parecia um caminho de cabras.

Vamos devagar e com o que nos deparamos? CABRAS!

A acompanhar as cabritas, duas pessoas, típicas do local, pastores... (confirma-se, era mesmo um caminho de cabras).
Fazem-nos sinal para parar (medo...)

Era mais ou menos, coiso e tal, assim!

 Diálogo:

P. - Então andam a passear?
Nózessss - Sim, sim.
P. - E vêm de muito longe?
Nózessss - Sim, vimos de longe, de Lisboa.
P. - Ah! Muito bem! Então eu tenho aqui uma prenda para a senhora... (Estado de choque...)
Nózessss - Ah! Deixe estar! Não vale a pena...
P. - Vale, vale sim sra! Mas tem de me dar algo em troca. (Ok, momento de pânico... mas sem demonstrar)
Nózessss - Ah... então vamos lá ver o que se arranja.
(O Sr. Pastor começa a remexer na mala e tira de lá de dentro algo que não identifico de imediato, mas não era nenhuma arma.)
P. - Aqui têm... umas belas pinhas trabalhadas...
Nózessss - (hum... pinhas... trabalhadas... muito bem...) Oh! Obrigada!
P. - De nada, de nada...
Nózessss - Aqui tem, é pouco mas é de boa-vontade (5€ pró Sr. Pastor, por umas pinhas trabalhadas...)
P. - Obrigadinha! Boa Viagem! E se vão pro Sabugueiro, vão lá a um restaurante XPTO e digam que vão da parte do Manuel Mouco, o pastor.
Nózessss - Obrigada, obrigada! Adeus.

Se fossem assim... ainda vá, que não vá!

Arrancámos e eu pus-me a pensar que demos 5€ por algo que não valia esse dinheiro, que fiquei um pouco assustada, mas que aquelas pessoas não nos queriam mal  nenhum, mas não têm nenhuma noção da vida na cidade, não sabem o que é higiene (era um cheirinho que nem vos digo, nem vos conto, e os dentes? Cadê?), e vivem do que plantam, do que colhem, das cabras. É estranho o contacto com estas vidas. Mas gostei.
E tenho umas pinhas trabalhadas muitÓ lindas tá bem?

L.