Coisa boa... ou não

Calor humano...

Ai que é uma coisa tão boa...

E que sabe tão bem...

E que às vezes precisamos tanto de o sentir... nem que seja ao dar a mão a alguém... sentir um abraço forte... ou então... a andar num autocarro apinhado de turistas a um domingo.

Nem vos digo, nem vos conto, mas a sério que eu começo a acreditar piamente que tenho uma espécie de magnetismo para situações destas.

Então, este domingo, a caminho de Belém (de autocarro porque o Golfinho estava em utilização pela minha cara metade) sentei-me num daqueles lugares individuais, mas mais largos, que existem em alguns autocarros da Carris.

Perceberam o que escrevi antes?! Vou voltar a reforçar a ideia que de que ia sentada num lugar INDIVIDUAL (para um único indivíduo, acho eu...)

Estava eu então, completa e totalmente descontraída e descansada (aliás, quase em modo adormecido que a constipação já estava num estado avançado e a moleza era mais que muita) quando de repente me sinto estranhamente apertada e quente... e porquê?!, poderão questionar-se.

Não, não era o estado febril, nem roupas justas, nem nada que se pareça.

Era sim, uma turista polaca (e que falava espanhol) que deve ter achado que eu era mesmo é gorda e por isso é que ia sentada à vontade num lugar duplo ou algo assim.

E então, ela, Dª e Sr.ª do seu nariz, começa a empurrar, delicadamente até, e a esmagar-me contra o vidro de modo a conseguir sentar-se ao meu lado no dito lugar INDIVIDUAL! 

Eu pensei reclamar, pensei começar a empurrar na direcção oposta, pensei muita coisa... mas existem ocasiões na Vida em que nada há a fazer e é simplesmente melhor ficar quieta no meu canto.

E foi isso que fiz. Fiquei no meu canto, dividindo o meu lugar com a polaca e a receber o dito calor humano...

Tem alturas em que não vale de nada fazermo-nos de esquisitos e por isso, quando não há abraços e mãos dadas, venham os turistas a empurrar-nos nos nossos lugares!

Em tempo de crise...

L.